RESIDÊNCIA PARA JOVENS ARTISTAS EMERGENTES DOS AÇORES - 2ª Edição:
Pelo 2º ano consecutivo, AVISTAVULCÃO propõe a realização da Residência Artística para Jovens Artistas Emergentes dos Açores!
Um projecto que apoia, acompanha e promove o trabalho de jovens criadores açorianos em início de carreira. Trata-se de uma residência artística de um mês dedicada exclusivamente à produção de um projeto autoral de um(a) ou coletivo de artistas emergentes, naturais ou residentes no arquipélago. O artista selecionado é acolhido em residência na Casa da Missão onde recebe acompanhamento artístico e profissional ao longo de todo o processo criativo, culminando na realização de uma apresentação pública do trabalho desenvolvido.
O objetivo desta residência dedicada à jovens artistas locais é alcançar impactos favoráveis tanto no crescimento artístico e na formação profissional dos participantes — oferecendo um impulso no início de carreira e promovendo a visibilidade do trabalho de artistas em ascensão — quanto no impacto na comunidade local, que tem a oportunidade de conhecer e interagir com novas linguagens artísticas e talentos emergentes da região. O apoio a artistas em início de carreira é fundamental para estimular a criatividade regional, fortalecer trajetórias profissionais ligadas às artes e gerar novas oportunidades no setor cultural.
ARTISTA SELECIONADA : MARIA MELO
Nascida e crescida na ilha do Faial, estudou pintura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto, realizou Erasmus na Academia de Belas-Artes de Praga e está atualmente a estudar Ciência do Ambiente.
Interessa-se pela complexidade dos organismos e pela delicada interligação da natureza, explorando a efemeridade e desconstruindo a ideia do indivíduo como algo estático. Para além das artes plásticas, Maria Melo gosta de explorar diversas formas de expressão, incluindo música e teatro. Recentemente, tornou-se uma artista nómada, participando em voluntariados e projetos ecológicos e sustentáveis, com o objetivo de levar a sua arte ao encontro de ideias ambientalistas, comunitárias e de entreajuda.
Neste início de residência, a artista dedica-se à exploração e criação de materiais, investindo na produção de pigmentos a partir de recursos orgânicos locais e na fabricação de papel reciclado orgânico. Para Maria, o caráter ecológico do trabalho não é apenas uma prática sustentável, mas um verdadeiro ponto de encontro entre arte e natureza. Cada gesto de criação torna-se uma forma de diálogo com o ambiente ao redor, refletindo a história, a cultura e a biodiversidade da ilha que a viu crescer.
É no novo espaço da AvistaVulcão — o Templo de Inspiração — que, ao longo deste mês, a artista fara do local o seu atelier, um espaço de criação totalmente imerso na natureza. Neste local, a criação artística não se limita ao objeto final, mas se estende ao processo de descoberta e interação com os materiais e com a própria paisagem. A ilha, com sua singularidade ecológica e emocional, transforma-se assim em um coautor silencioso de sua obra, inspirando soluções criativas que respeitam e celebram a vida natural.
A conexão entre arte e ecologia no trabalho da Maria revela uma dimensão poética e ética da criação: cada pigmento, cada folha de papel reciclado, carrega consigo a memória da ilha, tornando-se um elo tangível entre o trabalho artístico e o mundo natural. A prática da artista demonstra como a arte pode se tornar um veículo de consciência ambiental, incentivando uma relação mais profunda e harmoniosa com a natureza, enquanto resgata e reinventa técnicas e materiais tradicionais em diálogo com o presente.
A artista encontra-se em residência de criação até o final de dezembro de 2025.
O resultado deste processo será apresentado em janeiro de 2026.
Fiquem atentos à programação cultural da AVISTAVULCÃO para mais novidades!